terça-feira, 29 de abril de 2008



POLÍTICA OU POLITICAGEM?

A partir do momento que o homem deixou de ser o “bom selvagem”, concebido por Rousseau, novas regras foram impostas aos grupos sociais, para que estes pudessem caminhar harmoniosamente.
A manutenção da ordem, vinculada a uma liderança, fez-se necessária e liderar um grupo, passou a ser uma atividade privilegiada e vantajosa, na medida em que, o poder hereditário poderia permanecer concentrado nas mãos das mesmas famílias durante anos a fio, garantindo assim a realização de interesses próprios e esquecendo-se, assim, das prioridades do próprio povo.
Com o avançar do tempo e com o amadurecimento dos complexos sociais, modificou-se por completo a visão dos homens sobre a política que, aos poucos, é reconhecida como Ciência.
Sócrates, o filósofo grego, antes de Cristo, já buscava a reestruturação moral de seus concidadãos contaminados pela demagogia do poder político do seu tempo.
Deslocando-se dos problemas cosmológicos, para os problemas humanos, defendeu a ética, o saber e a virtude, cortando assim, as amarras da ignorância e das falsas crenças impostas pelo poder da Antigüidade.
Séculos mais tarde, o polêmico filósofo político, Nicolau Maquiavel, promove uma reviravolta na perspectiva da filosofia política grega, em seu clássico “O Príncipe”. Enquanto os gregos tinham a preocupação de elaborar o melhor regime político possível, Maquiavel em sua tese, partiu, não das condições nas quais se vive, mas das condições nas quais se deve viver. Sendo assim, desmascarou as pretensões da religião e da teologia em matéria política e as substituiu pelo conhecimento verdadeiro das relações que a regem com a moral. Maquiavel procurou promover uma “nova ordem”, ou seja, uma “ordem política moral” livre e laica, porém subordinada à razão de Estado, governado por mãos hábeis, transformando assim, o homem mau em homem bom...
E assim, uma sucessão de pensadores ao longo da História teceram em suas obras discursos que, mais do que teorizar a Ciência em pauta, valorizaram a sua prática no dia-a-dia das sociedades, geralmente, corrompidas.
Ao contrário do que se vê hoje, o distanciamento entre teoria e prática, deixa-nos indignados e impotentes. Diante de nós, ergue-se um cenário que podemos chamar de Nova Babilônia.
Entre cartões corporativos, fraudes, desvios de verbas destinadas à pesquisa, inoperância dos sistemas de saúde e educação, ineficiência das políticas públicas sociais e a cultura da impunidade brasileira, construímos nossa História.
O paternalismo governamental é a maquiagem que disfarça as rugas de um sistema arcaico e vazio, além da falta de vontade política para a resolução de muitos problemas. Na verdade, é o “pão e circo para o povo”, que desvia nossa atenção e facilita a manipulação do poder sobre nós. O caso Isabella, que atualmente vem sendo veiculado, por todos os meios de comunicação, todos os lances dos campeonatos disputados no Brasil, são exemplos de estratégias para “passar um pano” nas artimanhas do governo.
Infelizmente, trazemos ainda dentro de nós os resquícios do ser e viver como colônia e, assim, andamos de cabeça baixa, sem saber quais são os nossos direitos e, pior, sem saber como questioná-los ou lutar por eles.
Ah! Sócrates! Ah! Maquiavel! Onde estão vocês?
Sandra Almeida

quarta-feira, 23 de abril de 2008



ORIENTAÇÃO AO ESTUDO

O estudo é uma atividade muito pessoal, que exige muita disciplina, organização e persistência por parte do estudante para a realização dessa atividade. Desenvolver uma técnica para o estudo é um trabalho árduo que requer um tempo considerável para criar-se um hábito para a sua prática. Depois que isso tenha ocorrido, o estudante poderá observar como esse procedimento irá auxiliá-lo na leitura e interpretação de um texto, na realização de atividades avaliativas, relatórios, em seu raciocínio, trabalhos escolares e em toda a sua pratica escolar.

DICAS DE ESTUDO

• Determine horários para as suas atividades em seu dia-a-dia. Lazer é muito importante, mas tudo tem a sua hora.

• Escolha um ambiente tranqüilo, bem iluminado e sem barulho para realizar os seus estudos, qualquer estimulo poderá atrapalhar.

• Realize todas as atividades propostas pelos professores se possível no mesmo dia de sua explicação. Isso irá facilitar em sua realização. Deixar para depois pode tornar uma atividade simples em algo muito complicado.

• Tirem todas as suas duvidas com os professores. Estabeleça uma relação de cumplicidade com eles. Evitando assim, possíveis contradições na compreensão de um tema ou/e na realização de alguma atividade.

• Ao ler um texto, realize anotações dos trechos mais importantes. Isso irá auxiliar no momento em que precisar retomar algum conceito durante a sua leitura ou na realização de alguma atividade.

• Elabore resumos de suas leituras. É uma excelente pratica na compreensão de um determinado tema ou conceito, além de otimizar o tempo de seu estudo.
• Use e abuse do dicionário, pois só assim irá aumentar seu vocabulário e entender melhor os textos.

• Mantenha hábitos saudáveis, uma boa saúde corporal é fundamental para um bom desempenho escolar.

• Estabeleça objetivos em seus estudos, deixe sempre claro qual o intuito de suas atividades.

• Mantenha-se sempre atualizado, leia jornal, revistas, assista telejornais. Mantendo-se atualizado, irá auxiliá-lo em seu desempenho escolar.

• Após a realização de seus estudos, realize atividades de lazer e sociais. O lazer é fundamental, afinal ninguém é de ferro.
Ricardo Marcom

terça-feira, 22 de abril de 2008



Um pouco da história do Zero e a complexidade em se aprender matemática


A grande dificuldade que qualquer aluno apresenta em assimilar conceitos matemáticos encontra paralelo com a história da matemática na humanidade. As civilizações que contribuíram para a ciência chegar ao que é hoje passaram por muitos desafios e custos até concluírem o que hoje achamos tão natural.
Com a invenção dos números não foi diferente. Essa foi, talvez, uma das tarefas mais demoradas realizadas pela humanidade. Por volta de 3.000 anos antes de Cristo os sumérios tiveram a idéia dos algarismos rudimentares. Apenas no século V a matemática tomou a forma que conhecemos hoje.
A grande busca intelectual durante todo esse tempo foi a busca do zero. Georges Ifrah, no livro “História Universal dos Algarismos”(Nova Fronteira, 1997) diz que “Se se quisesse esquematizar a história das numerações, dir-se-ia que é todo caminho que separou o um do zero”. De forma cronológica, o um é o primeiro número a surgir e o zero, quem diria, o último.
O zero, como não poderia deixar de ser, surge por necessidade. Antes do princípio de posição, não era necessário um número nulo e espaço vazio. Quando a posição começa a ganhar importância, como “a primeira casa é da unidade, a segunda da dezena e assim por diante”, o zero tornava-se importante para “empurrar” o número de uma posição para outra.
No início do segundo milênio os sábios da Babilônia esboçaram um conceito de zero. Mais tarde, chineses e astrônomos maias também tatearam alguns conceitos para o zero. Somente no século V, na Índia, surge o antecessor do zero como o conhecemos hoje.
Apenas no início século XIII o zero chegou ao Ocidente, fazendo companhia aos algarismos arábicos, nomeados dessa forma pelo fato dos árabes terem sidos os responsáveis pela transmissão desse sistema numérico. Depois de o uso do dinheiro ter sido quase abandonado na Idade Média, a economia monetária voltava a ser importante e os algarismos arábicos, mais operacionais do que os algarismos romanos, facilitavam demasiadamente os cálculos, dando um tempero aos negócios.
Ifrah eleva o zero à condição de obra-prima: "Nenhum melhoramento da notação dos números fez-se necessário desde que essa numeração perfeita foi inventada". A contrapartida é que essa fronteira, que impulsionou o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, exigiu um grau muito mais elevado de abstração. Por isso aprender matemática não é tão fácil. Seria surpreendente se nossas crianças fossem mentalmente equipadas para a matemática da escola. O psicólogo Steven Parker, no seu livro "Como a Mente Funciona" (Companhia das Letras, 1998), conclui que a história da matemática é muito recente para ter marcado o genoma humano.


Vale a visita:

http://www.tvcultura.com.br/artematematica/home.html


Sergio Vicente Alencar
Que hoje o dia seja mais belo que ontem e pior que amanhã.Contato: sergiomatematica@yahoo.com.br

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Seriously
Ah sim, o nome da coluna é mesmo Seriously...

Adaptation
Há muito tempo atrás, no mesmo blogspot que sucede o Educultição aí em cima, eu tinha um blog. Com fins nada nobres como este aqui, simplesmente para estravasar os dotes jornalísticos e escriturísticos que finjo ter. Claro, e pelo meu ego – simm contar acessos!

O nome, como não podia deixar de ser, era uma homenagem a um dos melhores filmes dos últimos tempos (bem últimos, porque hoje já faz um tempinho razoável), o excelente Adaptação, de e com o roteiro assinado pelo insano Charlie Kaufman, que também foi responsável pelos tão bons quanto Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e Quero Ser John Malchovich.

E esse é só o gancho para poder falar de...

Stardust, o filme
Vi no último fim de semana a adaptação cinematográfica do livro de Neil Gaiman. Estou em atraso com a leitura e, apesar de já ter acesso a sua obra-prima, a série Sandman, ainda não a li. Mas li o Stardust. E sobre o filme, o que se pode dizer é que, como adaptação ele é um mediano blockbuster.

Seriously... Qualquer filme que conte com a presença de Claire Danes será “ruim”. Neste, ela dá seu brilho a Yvanna, a estrela que caiu no reino de Stormhold, logo ali no interior de uma Inglaterra elizabethana.
Ali, além do muro do povoado de Wall (a-há!), onde fadas, bruxas e príncipes coexistem, e o jovem Tristan Durnst adentra para conseguir a sua estrela. Ou melhor, sua não, já que ela será usada para conseguir a mão da bela Victoria (a modelo, atriz e trendsetter Sienna Miller).
Tristan, que já sabemos ter sido concebido além da muralha, parte então para sua viagem de ida e volta em uma semana – tempo que pode decorrer para que ele não perca Victoria para seu rival, os quais já estão de casamento marcado.
Paralelamente a sua descoberta de que a estrela cadente atende pelo nome de Yvanna e tem a (boa) forma de Claire Danes dois outros eventos se desenlaçam.
Quatro, digo, três príncipes partem em busca do medalhão que derrubou Yvanna do céu, e aquele que conseguir tomará o lugar do recém-falecido pai como rei de Stormhold. E uma bruxa sai à procura da estrela para arrancar e devorar-lhe o coração junto às duas irmãs, para assim voltarem à juventude – com o resquício da última estrela guardada, a velha bruxa volta à (também boa) forma de Michelle Pfeifer .

Efeitos especiais razoáveis, um protagonista que é apagado ao lado do elenco de nome – que ainda conta com Robert de Niro como pirata-barra-gay-enrustido como alívio cômico que não funciona –, e um roteiro que subaproveita a história de Gaiman garantem ao filme duas horas de diversão para àquele domingo à tarde chuvoso com TV a cabo fora do ar e internet idem.


Stardust, o livro
Recomendado, o livro que dá origem ao filme mostra com muito mais fluidez e detalhes a história de Tristan e Yvanna. A própria concepção de Tristan ganha um capítulo à parte, o primeiro, que, sim, é inviável cinematograficamente. Mesmo assim, o livro ganha de longe, com muito mais riqueza – eventos que no filme são aleatórios e bruscos passam a fazer todo sentido.
Caso nenhuma das obras tenha sido apreciada, comece pelo livro e depois surpreenda-se (positivamente) com o livro. Logicamente, eu li o livro pouco antes de ver o filme, surpreendendo-me (negativamente), o que derruba em duas estrelas extras qualquer avaliação que seja dada.

Capa Tau vs Omega Chai
Para quem se cansou das reprises do ótimo The Big Bang Theory, na Warner, o Universal Channel passou a transmitir Greek. A nova sitcom de título-trocadilho mostra o dia-a-dia de Rusty, calouro que tenta conciliar Engenharia e a fraternidade Capa Tau – liderada pelo ex de sua irmã.
Sua irmã, por sua vez, faz parte da Zeta Beta Zeta, a Pussycat Dolls das irmandades do campus, e namora o líder da Omega Chai.
Se o Will Smith de Fresh Prince of Bell Air, com jeans surrado e boné para trás, estivesse presente, estaria na Capa Tau. Seu primo Carlton, com suéter, gola da camisa para fora e sapato lustrado, estaria na Omega Chai. Os estereótipos do college estadunidense estão todos lá.

Entretanto, como no Brasil as maiores conquistas dos centros acadêmicos das universidades brasileiras são invasões à reitorias (com protestos regados com discursos vazios e violência) e festas (onde drogas legais e ilegais dominam o ambiente), é divertido ver o funcionamento exagerado, distorcido e cômico de brotherhoods e sororities.

PS: quem entender o trágico parágrafo acima na primeira leitura sem voltar ganha... um parabéns.

Correção
O nome correto do filme é Antes do Amanhecer, e não Antes do Nascer do Sol, como escrevi na estréia.

TheForce

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Imaginação, o que é isso mesmo?

"Somos imaginheiros"
"...nossas professoras de primário eram excelentes..."

São duas frases de engenheiros de criação do parque temático mais famoso do mundo Disney Word.

Eles se declaram engenheiros de imaginação, e atribuem grande parte dessa "criatividade imaginativa" a suas professoras de primário. E isso era o que precisava para entrar num assunto que vem me tirando o sono.

Vejo uma "poda" desenfreada, um momento, poda não é o termo certo, por que esta geralmente é feita para estimular o crescimento, falemos então inibição desenfreada da imaginação de crianças e jovens.

Outro dia meu vizinho indignado me falou que comprou um carrinho novo, super bacana, para seu filho de 4 anos, sua indignação foi notar que no dia seguinte o menino brincava com a caixa enquanto o carrinho ficou em um canto do quarto. O pai disse que pegou a caixa e jogou fora, e "empurrou" o carrinho para a criança brincar. Mas disse que teve que devolver o "caminhão" para o filho porque não parava de chorar. Perguntei: caminhão? E escutei: É meu filho diz que a caixa é o caminhão que carrega carro novo na estrada. Não contive a risada e a alegria de ver como é fascinante a capacidade de imaginação das crianças. Ora, isso devia ser motivo de orgulho para o pai, notar que seu filho possui algo tão valioso e uma capacidade de associação incrível, pois ao ver o carrinho novo na caixa, já o associou a um caminhão cegonha que deve ter visto na estrada.

É comum nas escolas, atividades de pintura, e mais comum ainda, é elas terem que seguir um padrão para essa pintura, o desenho já vem feito, e os professores "sugerem" as cores. Em aulas de artes ao aprender sobre um determinado artista os alunos apenas reproduzem suas obras, onde tem imaginação, criação nisso tudo? A aula de artes é um dos momentos que os alunos podem se expressar melhor, mas nada disso acontece, por quê? Os professores querem expor os trabalhos, mostrar como os alunos estão capazes de fazer certas coisas. Mas essa idéia não seria falsa? Deixo as perguntas no ar, para não reclamarem e sim refletirem.

Muitos falam que a tecnologia moderna tem sua parcela de culpa nisso, eu penso de forma contrária, se o filho já não tem criatividade para brincar e se divertir com uma caixa de papelão, pois prefere ficar horas à frente da TV, a culpa é de quem? Da TV? Acredito que a culpa é dos pais que permitem tal situação. Onde estão as leituras de histórias, sem figuras, para as crianças imaginarem, como são os personagens, os cenários e tudo mais. A cada dia vejo mais crianças com TV e DVD no quarto, ai os pais vão e colocam um filme para a criança dormir.

Leiam o livro Ponte para Terabitia, ou assistam o filme que é igualmente bom.



A Imaginação é a porta para todos os mundos, é a fuga para o impossível, é a força para fazer o que quiser! Não podemos tirá-la das crianças e jovens!

Um grande abraço,

Marco Aurelio
Aprenda a imaginar com as crianças!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

e que vá tudo para o espaço...

Essa é uma foto tirada pela Agência espacial européia que tem a sigla em inglês ESA, e esses pontos brancos são objetos lançados por nós: satélites ativos; satélites inativos; restos de estações espaciais; etc. A Terra já não é grande o bastante para nós poluirmos, temos que partir para o espaço e emporcalhar tudo.
Tem uma cena no matrix que o agente Smith fala com o Morpheus, e diz que os seres humanos são como vírus, os vírus se instalam em um corpo e o consome, muitas vezes acabando com ele, e resultando em sua própria morte.
Isso é um exagero? Acredito seriamente que não. Não fazemos nada, se não consumir, consumir e consumir as reservas do Planeta. Não é um discurso de um ecochato, mas de um cara preocupado com o futuro da espécie humana.
Uma professora já dizia: cuidemos de nosso quintal. Sim, se cada um fizer a sua parte, o resultado final será incrível. Pequenas atitudes podem mudar o cenário catastrófico que se aproxima. Utilizar menos sacolas plásticas, dar carona, não usar pratos e talheres descartáveis, separar o lixo (basta separar lixo seco de lixo orgânico), comprar menos produtos com embalagens não recicláveis (exemplo são aquelas bandejinhas de isopor), essas e muitas outras pequenas atitudes somadas assumem uma dimensão astronômica.
Professores, campanhas como: salvem as baleias, não poluam os mares, salvem os ursos polares, são todas bonitinhas, mas qual a acesso dos alunos para realmente colaborarem com isso? Pensem em campanhas que os alunos possam realmente colaborar com alguma coisa, em uma escola eu vi alunos criando sacolas de panos para os pais irem até a padaria, mercadinho. Comentem e deixem suas ideias.
Então por favor, antes de reclamar, pare e reflita: Estou cuidando do meu quintal?

Um forte abraço,

Marco Aurelio

Respeito, alguém lembra o que é isso?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Pitágoras de Samos

Um dos caminhos para se fazer matemática em sala de aula é usar e abusar da história da matemática, por isso resolvi que a coluna de hoje deveria trazer algo dessa área. Nada melhor do que conhecermos um pouquinho a historia do grande Pitágoras. Até o mais leigo em matemática já ouviu falar sobre o famoso teorema de Pitágoras, que pasme, não é de Pitágoras! (em outro momento comento sobre isso). Mas isso não tira o seu mérito...
Da vida de Pitágoras quase nada podemos afirmar com certeza, uma vez que ele foi objeto de uma série de relatos tardios e fantasiosos. O que parece certo é que ele nasceu por volta 570 a.C., na ilha grega de Samos, no leste do mar Egeu.
Tales de Mileto inicia a filosofia ocidental vinte anos antes do nascimento de Pitágoras. Após Tales de Mileto temos Anaximandro, que se aprofundou em achar explicações racionais para o mundo, intuindo que a terra era curva e, entre várias outras coisas, inventado o relógio solar. Anaximandro é grande influente de Pitágoras, assim como Ferécidas, um esotérico considerado o inventor de uma doutrina denominada metempsicose (de acordo com o comportamento do indivíduo, a sua alma transmigraria para outro corpo humano, animal ou até para vegetais).... - Aí de quem maltratasse um cachorro na presença de Pitágoras. A idéia de transmigração pode não ter sido exclusividade de Ferécidas, já que várias culturas, com destaque à egípcia, influenciaram fortemente os gregos.
Pitágoras viajou bastante, passando pelo Egito e Babilônia – possivelmente indo até a Índia. Nessas peregrinações, além de absorver informações matemáticas e astronômicas, Pitágoras absorveu muitas idéias religiosas, sendo que, ao voltar ao mundo grego, cria em Crotona a Escola Pitagórica, na qual a dedicação era exclusiva aos estudos científicos e religiosos. Inclusive, Pitágoras é o criador dos termos Filosofia (amor à sabedoria) e Matemática (o que é aprendido). Antes de Pitágoras, os “filósofos” eram conhecidos como sofistas (sábios; espertos).
Na Escola Pitagórica a educação era baseada em quatro disciplinas: Geometria, Aritmética, Astronomia e Música. Provavelmente foi Pitágoras ou de um de seus seguidores, que estabeleceu a fórmula para o triângulo retângulo de catetos a e b e hipotenusa c:

a² + b² = c²

É importante salientar que o enunciado desse teorema já era conhecido dos Babilônios, mas atribui-se à Pitágoras sua descoberta, pois supõe-se que a demonstração formal foi feita por ele.
No link a seguir, o leitor encontra dezenas de formas de provar esse teorema:

http://www.cut-the-knot.org/pythagoras/index.shtml

Para os freqüentadores da Escola Pitagórica “Tudo era número”, ou seja, na concepção dos primeiros pitagóricos, a extensão era descontínua, constituída de unidades indivisíveis separadas por um intervalo, idéia que tinha origem no estudo dos números naturais e de suas razões.
Os pitagóricos criaram o conceito de números perfeitos. Um número é perfeito quando ele é igual à soma de seus divisores. O número 6, por exemplo, é perfeito porque a soma de seus divisores (1, 2, 3) é igual a 6. Isso também é válido para o 28, pois os divisores 1, 2, 4, 7 e 14 somam 28. A “perfeição” desses números pode ser reconhecida por outras culturas: “Deus criou o mundo em 6 dias e a lua órbita a terra em 28 dias”.
Alguns outros exemplos de números perfeitos são: 496, 8.128 e 33.550.336. Ficou curioso? Procure mais números perfeitos.
De acordo com os pitagóricos, quando a soma dos divisores de um número é maior que o próprio número, estamos então tratando de um número excessivo. É o caso do 12, pois seus divisores (1, 2, 3, 4, 6) somam 16. Porém, quando a soma dos divisores de um número é menor que o próprio número, trata-se de um número deficiente. É o caso do 10, cuja soma dos divisores (1, 2, 5) é igual a 8.
Essa fascinação pelos números trouxe um grande problema aos pitagóricos, pois eles notaram que a diagonal de um quadrado cujos lados medem uma unidade é igual a , número que é incomensurável (hoje chamamos de números irracionais esses números). Os pitagóricos tiveram grandes consternações com esta descoberta, pois, de certo modo, contrariava as crenças da escola e seria uma imperfeição da divindade. Essa descoberta tornou-se segredo total. Era proibido tocar nesse assunto!
Bom, esse é um pequeno trecho da história de Pitágoras e da Escola Pitagórica. Ficou curioso? Quer saber mais? Se sim, alcancei meu objetivo. Para os que tiverem mais interesse no assunto, dou as seguintes dicas de consulta:


BOYER, Carl Benjamin. História da matemática. Trad. Elza F. Gomide. 1 ed. São Paulo: Edgar Blücher, 1974.

http://www.ime.usp.br/~leo/imatica/historia/pitagoras.html

http://br.geocities.com/saladefisica9/biografias/pitagoras.htm

Sergio Vicente Alencar

Que hoje o dia seja mais belo que ontem e pior que amanhã.
Contato: sergiomatematica@yahoo.com.br

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Qual o significado da leitura para você?

Pense rápido: o que passa em sua mente quando você lê a frase “Complete a ficha de leitura” ou “Leitura em voz alta”? Você se lembra de como era fazer essa tarefa em seu tempo de escola? O que você sentia quando a professora dizia: “Leia do lugar onde seu colega parou.”? Confesso que não ficava nem um pouco à vontade, tinha medo e ler tornou-se um sacrifício.
Com o tempo descobri a leitura e ler, agora, é como respirar! E para vocês, Pais, Mães e professores? A leitura imposta pela Escola é uma obrigação ou uma forma de desenvolvimento e crescimento?
No Colégio onde trabalho ler é importante. Mais do que “aumentar um índice nacional”, é ver o aluno usando essa habilidade em seu dia-a-dia. Creio que já estamos um passo à frente! As turmas com as quais trabalho freqüentam a biblioteca na hora do intervalo buscando livros para ler. Temos vários projetos de leitura desde a turminha do Maternal. Enfim, tentamos “encanta-los“ desde muito cedo. Sim encanta-los, pois é isso que fazemos durante uma leitura.
Sei que é importante tirar dez na “prova do livro”, mas o melhor é conhecer centenas de mundos diferentes. Porque ler é isso, ler é viajar no tempo, no espaço, ser herói, ser princesa, combater o mal e fazer o bem, ler é encantar e ser encantado.
Atenção, pais e educadores estão juntos nisso! Transforme a leitura em algo especial, em algo constante e descubra, junto com seu (a) filho (a), um novo mundo, que talvez você não tenha encontrado no seu tempo de escola, mas que pode e deve descobrir agora!

Dicas de leitura:

“Como as histórias se espalharam pelo mundo”, de Rogério Andrade Barbosa, Editora DCL

“ Pandolfo Bereba”, de Eva Furnari, ED. Moderna

Mônica Finardi

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Reclamar?

Bom dia, mais uma sexta-feira mais um dia para fazer a diferença!
Não gosto muito de livros, mensagens, vídeos de auto ajuda, mas alguns deles valem a pena para refletir, e refletir, é goooood (como dizia Jim Carrey em O todo poderoso). Não crescemos sem reflexão, sem ela ficamos estagnados, perdemos o sentido. Ou seja, estou fazendo isso por quê? Faço isso assim por qual motivo? Por que nunca atinjo meus objetivos? Por que não consigo emagrecer? E por ai vai. Refletir, é justamente formular essas questões e tentar encontrar respostas. No entanto as pessoas preferem apenas reclamar. Ou jogam os motivos de seus problemas para outras pessoas. Reclamar é fácil, refletir nem tanto. Por esse motivo trago um vídeo que muitos já devem ter assistido, no entanto espero que vejam com outros olhos agora.



um forte abraço!
Não ensine, eduque!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Somos livres! E agora?

Há exatamente 23 anos, o nosso país conseguiu romper as correntes do período mais obscuro de opressão da nossa liberdade. A Ditadura Militar que ocorreu de 1964 a 1985, caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o sistema. Em 1988, a constituição foi aprovado e finalmente o Brasil pode viver em uma sociedade democrática e tecnicamente “livre da censura”. O sentimento de liberdade pôde ser compartilhado por toda uma nação, vitima das mais cruéis violações dos direitos humanos. Bom, 23 anos se passaram, e agora? Somos livres, mas não sabemos viver em liberdade. A imprensa é assumiu o papel de principal formadora de opiniões do nosso país, mas restringiu-se a promover o sensacionalismo em troca de alguns bons trocados. Mobilizar a atenção da massa é uma atividade relativamente simples, basta expor a miséria alheia e bons pontos de audiência ou venda de revista e jornais viram. O caso da garota Isabella é um bom exemplo disso, não se fala em outra coisa há quase duas semanas, fotos da garota são expostas, hipóteses são levantadas, acusados, entre outros itens estão fazendo o entretenimento da população, como nos tempos da Roma antiga com o Coliseu, onde muitas pessoas foram mortas para a diversão do povo. O sofrimento da família e principalmente o da mãe também fazem parte do jogo da noticia perfeita. Esquecemos do período obscuro de nossa história e estamos fazendo como em um ato de compulsão à repetição as mesmas coisas que a Ditadura Militar realizou em 21 anos, estamos desrespeitando os Direitos Humanos com intermédio da imprensa e o seu declarado abuso de poder sobre a opinião nacional. É por essas e outras que eu acho que os Romanos estavam certos, o povo precisa de pão e circo e não de liberdade. Não culpo os jornalistas por isso, mas a grande parte de nossa população que contribuem pela manutenção dessa postura de nossa imprensa extremamente sensacionalista e sem escrúpulos.

Ricardo Marcom

quarta-feira, 9 de abril de 2008

SOLIDARIEDADE

“Esse problema não é meu!”

É muito comum ouvirmos a célebre frase acima, quando tratamos de questões sociais.
Lamentável, eu diria, sabermos que no século XXI o homem ainda não se deu conta de sua responsabilidade sócio-política sobre as necessidades do mundo e dos seus semelhantes.
Para muitos, a culpa é do governo que não honra os compromissos assumidos perante os seus eleitores; para outros, a culpa é da própria sociedade que permite a presença de moradores nas ruas, ou seja, aquelas pessoas horrorosas, que cheiram mal, enfeiam a cidade, roubam e ainda por cima, usam drogas.
Por outro lado, há aqueles que buscam compreender a realidade e a dinâmica das esferas empobrecidas, com o intuito de, pelo menos, minorar a dor e o sofrimento desses grupos excluídos pelas injustiças sociais.
São os cidadãos voluntários: pessoas que dedicam, no mínimo, uma hora de sua semana a um trabalho solidário.
A falta de políticas públicas resulta na degradação, na perda da dignidade e na violação dos direitos do homem.
Esperar pela oportunidade ou pela burocracia que rege nosso sistema, é o mesmo que fingir a inexistência de tais problemas.
Se, de fato, somos engajados e comprometidos conosco mesmo, efetivamente, somos comprometidos com a sociedade.
Não dá para dizer que “esse problema não é meu”. Não dá para transferir para o outro a responsabilidade que é nossa.
A prática da solidariedade é o mínimo que se espera nesse momento de transição, nesse momento de transformação do mundo e do homem para um mundo de regeneração, justiça e paz!

Sandra Ap. R. de Almeida

terça-feira, 8 de abril de 2008

O saber matemático e as diferentes abordagens pedagógicas: platonismo, formalismo e construtivismo.


A natureza e o estatuto científico de cada disciplina, moldada pela sua trajetória histórica, determinam uma forma particular de valorizar a dimensão educacional de cada saber, portanto é necessário que o fenômeno educacional passe por regras de um corpo de valores que deve ser conhecido pelo professor.
Em decorrência das diferentes concepções filosóficas, é possível falar de diferentes práticas educativas, logo é possível notar que não existe uma única forma de conceber as idéias científicas ou matemáticas. De início, a natureza da matemática se traduz pelo trabalho desenvolvido pelo matemático: descoberta de teoremas e demonstrações, criação de conceitos etc. Isso, além de reger o trabalho do matemático, condiciona uma parcela considerável da ação pedagógica e das próprias tarefas realizadas pelos alunos.
Em relação à natureza filosófica da matemática, três tendências que fundamentam as discussões sobre as bases dessa ciência são destacadas, através de suas concepções históricas: o platonismo, o formalismo e o construtivismo.
No platonismo os objetos matemáticos são idéias puras e acabadas, existentes em um mundo não material e distante do nosso mundo real e imediato. Esses objetos existem, independentemente do nosso conhecimento sobre eles. Com base na concepção platônica é possível afirmar que ocorrem apenas as descobertas e não invenções dos conceitos, uma vez que esses já existiriam antes de qualquer esforço intelectual do matemático ou de quem estuda matemática.
No formalismo não é possível se falar na existência a priori dos objetos matemáticos. Na realidade a matemática seria constituída de um tipo de jogo formal de símbolos, envolvendo axiomas, teoremas e definições. Para trabalhar com esses elementos existem regras, as quais permitem deduzir seqüências lógicas, representando a atividade matemática. A partir do momento em que as fórmulas são descobertas e podem ser aplicadas a problemas compreensíveis no contexto em questão, surge o significado desses elementos.
Na corrente do construtivismo existe uma concepção extremamente inexpressiva mediante a hegemonia exercida pelo platonismo e pelo formalismo. Davis (apud PAIS, 2002), esclarece que “Os construtivistas consideram matemática genuína somente o que pode ser obtida por uma construção finita” (PAIS, 2002, p.30).
Nessa concepção, as teorias que envolvem, por exemplo, a construção dos números reais ou das séries matemáticas não são aceitas.
Em suma, o formalismo e o platonismo estão em duas posições extremas, contraditórias e predominantes na prática científica. O maior desafio está em desenvolver uma prática que, antes de tentar acabar com as contradições entre essas posições, busque sua superação através de uma abordagem reflexiva. O mais prudente é o fato de que não é aconselhável a adoção exclusiva e radical de uma única dessas concepções na prática educativa. O próprio trabalho do matemático é conduzido predominantemente por uma concepção platônica, sem, no entanto, deixar de ser também formalista.
O saber matemático se constitui de noções objetivas, abstratas e gerais, mas, apesar disso, não há como negar a intermediação da subjetividade e da particularidade na atividade humana da sua elaboração. Pais (2002) esclarece essa intermediação:

[...]A construção da objetividade passa pelo suporte da subjetividade e a descoberta de novas idéias exige uma etapa de síntese, para ser formalizada através de uma demonstração. Muitas vezes, essa demonstração produzida pelo matemático não corresponde exatamente ao problema que motivou o início de sua pesquisa, de onde se percebe que a atividade científica não consiste somente na solução de problemas, mas também na criação ou formulação de novos desafios ou o enunciado de conjecturas. (PAIS, 2002, p.31-32).

Analisando o trecho acima, é possível detectar a necessidade de haver uma articulação entre o particular e o geral para facilitar a elaboração de conceitos, uma vez que as próprias produções dos matemáticos são submetidas a permanentes reformulações, buscando sempre níveis mais gerais de validade.



Dica de leitura:

PAIS, Luiz Carlos. Didática da matemática: uma análise da influência francesa. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 128p. (Coleções Tendências em Educação Matemática, 3).
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 5 ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2002.

Que hoje o dia seja mais belo que ontem e pior que amanhã.
Contato: sergiomatematica@yahoo.com.br

sexta-feira, 4 de abril de 2008

João Petrovsky da Vida

Olá, meu nome é João Petrovsky da Vida, papai de origem russa, e que abandonou mamãe para ficar com um chileno que o nome nem quis saber, apenas assino João P. da Vida. E quando sentir vontade vou aparecer nesse BLOG para escrever algumas coisinhas, e não estou nem ai para quem não quiser ler.
Moro em São Paulo, ah São Paulo, cidade da garoa, dos restaurantes, das enchentes, da poluição, do trânsito. Trânsito?!?!?!?! Ah quem não gosta dele? Levar mais de 20 minutos pra andar 1km, trânsito relaxa a gente! E quando estamos em uma esquina e não entramos na via por que está vindo um carro, e em 99,999% dos casos o carro vem bem de vagar, mas como bons motoristas que somos, esperamos ele passar para não fecha-lo, e ficamos muito felizes quando o motorista entra na rua que estamos sem dar seta, é uma alegria só, ficamos parados ali, esperando... E ele simplesmente entra na nossa rua sem dar seta, nesses momentos sinto vontade de sair do carro, gritar e pular, de tanta emoção. E pensar que tanta alegria é só para mim, apenas mais um João P. da Vida.
Até quem sabe quando.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

video games

PS3, Xbox 360, Wii, DS, PSP. Para muitos essas siglas não significam nada, outros nem sabem o que são, mas para muitos são sonhos de consumo. Sim, são todos vídeo games de última geração, os dois últimos portáteis inclusive. Não cairei no mérito de qual é melhor, mas quero falar da influência dos games na vida das pessoas, principalmente dos mais jovens.
Os jogos de vídeo games muitas vezes estimulam a atividade cerebral, desenvolvem a coordenação motora, melhora os reflexos, vários jogos estimulam a criatividade e a interatividade, há muitos casos de jovens quererem estudar inglês para entender mais a fundo os diálogos dos jogos. Então vamos jogar vídeo game até olhos e dedos doerem, certo? Errado. Como tudo na vida o excesso não é bom, jogar ocasionalmente sem se tornar um viciado é bom, descentrai, diverte, "desestressa". Mas o maior cuidado deve com as crianças, muitos jogos possuem conteúdos adultos, o que gera muita polêmica na sociedade. Cabe a cada pai saber se seu filho tem discernimento para jogar determinados jogos. Em particular acredito que jogos de tiro, violência, e sexo, não contribuem em nada na formação do jovem. Mas se um pai deixa o filho de 6 anos assistir a novela das oito, programas policiais, e etc., será que se preocupará com o "joguinho" de vídeo game?
Outro ponto que não posso deixar de falar é do isolamento social, por mais que os jogos proporcionem relacionamento virtual, sim os vídeo games de hoje são ligados à internet, nada substitui a brincadeira na rua, no parque, o jogo de bola no asfalto, a amarelinha riscada com tijolo, o vizinho reclamando da bagunça, a correria após tocar a campainha do "tio" chato, o esconde-esconde. Mas isso ainda da muito pano pra manga, que prometo falar com mais atenção em outro dia.
Em um post havia prometido buscar a origem da expressão pano pra manga, e o que mais me satisfez foi o seguinte: Ao comprar um pano para fazer uma camisa, sempre era preciso comprar um pedaço extra para fazer as mangas, no entanto quando sobrava pano do recorte para a camisa, se dizia vai da pano pra manga. Se alguém conhecer outra explicação, é só comentar.
Forte abraço.

Marco Aurelio



quarta-feira, 2 de abril de 2008

O que estamos ensinando para nossos filhos?

Hoje estava com a ideia de postar alguma coisa relativa a diversão e deixar esse assunto mais sério para semana que vem, no entanto resolvi escrever sobre isso hoje, já que por coincidência, ou não, o colunista Sergio, sugeriu o mesmo tema.
Primeiro assistam ao vídeo:



Crianças vêem, crianças fazem.
O vídeo termina com os seguintes dizeres: Crianças vêem, crianças fazem.
Nada poderia ser mais verdadeiro, as crianças na maioria delas, sempre se espelham nas pessoas mais próximas, o pai, a mãe, avós, tios, irmão, amigos. Já diziam meus avós: "Digas com quem andas que te direi quem és".
Outro dia me perguntaram se ao me formar o que queria fazer, respondi: lecionar. E fui interrompido por outra pergunta: nossa mas você tem paciência e gosta tanto de criança assim para ensinar? Minha resposta foi a seguinte: ensinar e gostar de crianças é fácil, difícil, e o que eu quero, é educar, mas ainda temo pela grande responsabilidade que é ter em minhas mãos mentes abertas, prontas para absorver tudo que temos a dizer, reproduzir ou imitar tudo que fazemos.
Quando estamos próximos de crianças devemos dar o exemplo. Mostre à criança a importância da gentileza, não fale demonstre; desperte o interesse da criança pela leitura, pegue um livro para ler toda noite, e seu filho vai te imitar e então tenha livros adequados para a idade.
Amar os filhos é também educá-los, educar não é fácil, mas os esforços valem, e muito a pena.
Marco Aurelio

terça-feira, 1 de abril de 2008


O ensino da matemática deve ser contextualizado. O que é contextualizar?

Um grande desafio didático é realizar a contextualização do conteúdo a ser ensinado, sem reduzir o significado das idéias matemáticas que deram origem ao saber ensinado. Primeiro é necessário ter bem claro o que é contextualizar e, para isso, uso a definição de Silva e Santo (2004): “Contextualizar é situar um fato dentro de uma teia de relações possíveis em que se encontram os elementos constituintes da própria relação considerada”.
Diversas fontes de referências podem ser utilizadas para o ensino de matemática: problemas científicos, as técnicas, problemas gerais, jogos e recreações vinculados ao cotidiano do aluno, a história da matemática, além de problemas motivados por questões internas à própria matemática.
A noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica, priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto científico. É importantíssimo que não ocorra a redução do significado do conteúdo estudado devido à redução do ensino a uma única fonte de referência.
Luiz Carlos Pais (2002) exemplifica essa situação, citando um livro didático que mostra problemas de matemática envolvendo preços de apartamentos de luxo localizados em uma famosa avenida da cidade do Rio de Janeiro. Analisando essa situação, o autor levanta as seguintes questões: As referências sociais desse livro são extensíveis ao conjunto de todas as classes sociais da educação pública brasileira? Qual pode ser o significado educacional, para um aluno que mora na favela, de conhecer preços de residências luxuosas, sem o exercício de uma posição crítica?
Contextualizar um saber é uma das mais importantes noções pedagógicas, devendo ocupar um lugar de destaque maior na análise da didática contemporânea. Contextualizar é um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. Quando o aluno vincula o conteúdo estudado com um contexto compreensível por ele, o valor educacional de uma disciplina é expandido.
A educação escolar deve se iniciar pela vivência do aluno, mas isso não significa que ela deva ser reduzida ao saber cotidiano, uma vez que o objetivo da aprendizagem escolar não é o mesmo do saber cotidiano. Resumidamente, o saber escolar serve para modificar o estatuto dos saberes que o aluno já aprendeu nas situações do “mundo-da-vida”.

Além dos PCN’s, indico as leituras abaixo sobre o tema:

D’AMORE, Bruno. Epistemologia e didática da matemática. 1 ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2005.
PAIS, Luiz Carlos. Didática da matemática: uma análise da influência francesa. 2ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 128p. (Coleções Tendências em Educação Matemática, 3).
SILVA, Francisco Hermes Santos da; SANTO, Adilson Oliveira de Espírito. A contextualização: uma questão de contexto. In: ANAIS DO ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, VII, 2004, Pernambuco. Pernambuco: Universidade Federal de Pernambuco, 2004. p.20.

Que hoje o dia seja mais belo que ontem e pior que amanhã.
Contato: sergiomatematica@yahoo.com.br