segunda-feira, 31 de março de 2008

Pirataria

Como havia prometido em um post anterior, vou dissertar um pouco sobre pirataria. Não sou nenhum “expert”, mas tenho noções de valores e importâncias.
A pirataria é considerada por muitos, como um problema econômico. Eu vejo também como um problema social e cultural. Analisemos, o que leva uma pessoa a comprar um produto pirata, o preço claro, penso isso por que nunca ouvi ninguém falando: “ah, compro pirata por que é melhor que o original”, ou “comprei pirata por que o atendimento na barraquinha do Zé é melhor”. Então é só o preço que faz com que as pessoas comprem um produto pirata? Acredito que não. A cultura implantada nas pessoas nos dias atuais é a de consumo, preciso ter isso, preciso ter aquilo. Sem isso não consigo me divertir, sem aquilo serei incompleto. Devem estar se perguntando, onde quero chegar. Vamos juntos, e sigam meu pensamento.
Os produtos mais pirateados geralmente estão ligados a status ou diversão: jóias, relógios, roupas, óculos, brinquedos, filmes, cds, jogos, etc. Os originais possuem preços muito, mas muito acima dos PIRATAS, isso se deve a altas taxas tributárias, pesquisa embutida, material de excelência, produção regulamentada, e tudo mais que torna o produto de excelente qualidade para consumidor não ter problemas. Isso todo mundo já está cansado de saber, mas o que ninguém percebe é: por que preciso comprar algo pirata? Por que preciso de um tênis que custa 500 reais? Se você tem uma baixa remuneração todos saberão que o tênis que você está utilizando não pode custar 500 reais, que status isso traz? Ou seja além de um falso status ainda está prejudicando a sua saúde, contribuindo com quadrilhas de falsificadores, contribuindo com a diminuição do crescimento econômico, contribuindo com o desemprego entre outras coisas.
Ah, mas adoro filmes e música e não tenho dinheiro para ir toda semana ao cinema, e comprar cds originais. Realmente cinema está muito caro, e não é uma diversão tão popular como dizem, mas isso justifica comprar um filme pirata? Claro que não. Muitos filmes originais em DVDs, são vendidos hoje por R$9,90 nenhum filme atual, nenhum arrasa quarteirões, mas é possível garimpar ótimos filmes. Quanto aos cds de música a desculpa é menor ainda, não tem dinheiro para comprar o original, o rádio continua sendo a forma mais barata de se escutar música, quem mora em São Paulo, pode assistir a apresentações musicais todas as semanas e de GRAÇA, diversas apresentações de música para concerto, apresentações populares, e etc, pipocam na cidade. Em diversas lojas é possível encontrar cds originais por menos de R$10,00.
Então é por isso que eu digo que a pirataria não é apenas um problema econômico, também é social e cultural. As pessoas deveriam se comportar mais como elas mesmas, sem se preocupar com o que os outros acham, se não posso ter roupas de grifes famosas, vou usar as roupas básicas que cabem no meu bolso, se não posso ir ao cinema ou comprar o ultimo lançamento em DVD, posso muito bem alugar um filme, ou comprar um dvd em promoção. O governo não está fazendo a parte dele, que é de proporcionar mais diversão a preços mais acessíveis, mas isso não justifica a aquisição de produtos pirateados. Se o governo não faz a parte deles, pelo menos façamos a nossa. Pirata: to fora! Só uso original. É uma boa campanha, entrem no site: http://www.piratatofora.com.br/
Grande abraço, e comentem, são os seus comentários que engrandecem o Educultirsão, se você não sabe como, tem um tutorial no final da página que mostra passo-a-passo como fazer.
Marco Aurelio

sexta-feira, 28 de março de 2008



Seriously

"Cara criei um blog e estou precisando de um colunista de cinema... e adivinha, é você."
E foi assim que a partir de agora, quinzenalmente às sextas, escreverei sobre Diversão, Cultura e Educação. Cinema, TV e música devem aparecer mais, mas sempre haverá espaço para coisas como a exposição da Tarsila do Amaral, que, aliás, terminou (Perdeu, prayboy! Rá!). Como diria Hulk no Marvel vs. Capcom: Let's rock!

Juno
Vou dizer que é o melhor dos filmes que concorreram ao Oscar, mesmo sem ter visto os Javier, Daniel, George ou Keira (Hum... o cara vai escrever sobre cinema e não viu nem os filmes indicados ao Oscar, isso um mês depois de tudo acontecer... bela credencial...).

A história - que se você ainda não sabe, ao terminar de ler este texto, deve ir direto para o cinema mais próximo (pirataria é crime!) - mostra a adolescente Juno McGuff, que ficou grávida de seu melhor amigo, Paullie, tentando encontrar um casal para adotar o bebê. Encontra o par ideal em um anúncio de jornal: Mark e Vanessa, um casal que mora em um subúrbio a la Wisteria Lane e que já tentavam há tempos conseguir um filho.
Elenco e roteiro fazem com que os espectadores não se distraiam nem por um segundo. Jennifer Garner (Alias) faz a futura-mãe-neurótica e Jason Bateman (Arrested Development) o marido que ainda aspira se tornar uma estrela do rock. Você vai se lembrar de Michael Cera, de Superbad, fazendo o papel de Michael Cera, em Superbad (esqueça o "tracinho-É-Hoje-ponto-de-exclamação" que o filme ganhou na tradução para o Brasil). Mas quem rouba a cena é mesmo Ellen Page, indicada ao Oscar de melhor atriz, no papel-título. Além de todos os trejeitos da teen, ela também ajudou na escolha da trilha sonora, o que muito em parte ajudou na composição da personalidade da personagem. Ah sim, e J.K. "Parker, you´re fired!" Simmons, como pai de Juno!
A responsável por tudo isso é Diablo Cody, que era stripper em NY e depois lançou um livro contando as suas experiências. Mais ou menos como uma tal de Bruna Surfistinha, aqui no Brasil. A diferença é que depois ela foi para o tapete vermelho e levou uma estátua dourada para casa, enquanto a Surfistinha veio da luz vermelha e foi fazer o único filme em que seria capaz de atuar.
PS: a trilha sonora é recomendadíssima.

Man Eater
Acabou semana passada, na maior audiência que já presenciei na Pinacoteca do Estado, a exposição com as obras da Tarsila do Amaral.
Fui no sábado, com uma chuvinha fina. Portões ainda fechados e muita gente já de guarda-chuva aberto. Entrei rápido e ao longo de uma hora foi possível ver de perto os clássicos dos livros de literatura (Abaporu e os demais da fase antropofágica, a mais famosa) e de história (Operários, que sempre aparece no capítulo de Revolução Industrial).
É sempre bom ver o acervo permanente, ainda que algumas áreas estavam fechadas, além das demais exposiçõs, de artistas que não lembro o nome.
Se não estivesse acabado, seria mais uma recomendação.

And that's that
Acabou.
Mas fiquem ligados na programação do Reserva Cultural, que ainda está passando os filmes do Oscar (ainda tenho chance!) e outros que chamam atenção, como 2 Dias em Paris - só porque tem a Julie Delpy (Antes do Pôr do Sol, melhor que o original, Antes do Sol Nascer) e Daniel Brühl (Adeus, Lênin, melhor que Edukators).

quarta-feira, 26 de março de 2008

Dançando ao redor do mundo

Em uma outra ocasião falei sobre o Lord of the dance, grupo de sapateado irlandês, e hoje vendo um vídeo de tango tive a ideia, de rodar o mundo trazendo danças de outros países. Hoje vou deixar com todos o Tango. O tango assim como a maioria das danças possui as suas variações, o vídeo que eu deixo aqui é um tango mais cenográfico bonito de se ver.



Qualquer outro dia volto com outra dança.

Forte abraço,
Marco Aurelio

terça-feira, 25 de março de 2008


ADOLESCÊNCIA


O início da adolescência é quase por definição, uma época de transição, de mudanças significativas em quase todos os aspectos de funcionamento do individuo, marcado pela ambivalência do ser adulto e o ser criança. O final da adolescência é mais um período de consolidação, quando o jovem estabelece uma identidade coesa, com objetivos e compromissos de seu papel.

Segundo Norma Haan, o inicio da adolescência é um período dominado pela assimilação, enquanto o seu final é principalmente um momento de acomodação. O adolescente de 12 ou 13 anos está assimilando uma enorme quantidade de experiências físicas, sociais e intelectuais novas. Enquanto esse processo ocorre, o individuo apresenta um estado de perpétuo desequilíbrio, onde os seus antigos padrões de relacionamento com o meio já não funcionam muito bem e os novos ainda não estão bem definidos. O grupo de companheiros é centralmente importante nesse estágio inicial, cujo sua função é de auxiliar e mediar a introdução do sujeito ao convívio social. Por fim, o adolescente de 16, 17 ou 18 anos começa a fazer as acomodações necessárias para o seu self, estruturando uma nova identidade e novos padrões de relacionamentos com o meio.

Helen Bee (1996), sugere que os primeiros anos de adolescência têm muito em comum com os primeiros anos da infância. O negativismo e o constante impulso para maior independência encontrado em crianças de dois anos, também podem ser observadas essas características em adolescente de 12 - 14 anos, logicamente em um nível de complexidade mais elevado. Muitos dos conflitos com os pais se centram nas questões de independência, passando por um período de negativismo em suas relações e contradições.
Enquanto esse impulso para independência está acontecendo, os adolescentes também estão enfrentando uma série de novas exigências, tais como, habilidades sociais, tarefas escolares mais complexas e a necessidade de construir uma identidade adulta. Essas cobranças, quando mal administradas, podem levar individuo a queda da auto-estima e a depressão, muito comum nesse estagio inicial da adolescência.

A segunda semelhança é o fato da criança de dois anos utiliza a mãe ou outra figura de apego central, como uma base segura para explorar o mundo quando se sente insegura diante de uma determinada situação. Os adolescente parecem fazer o mesmo com a família ou outra figura de confiança, em sua exploração do meio. Essa figura de confiança tende a conciliar a segurança em si projetada, geralmente proporcionada na forma de limites e regras, e ao mesmo tempo permitir a autonomia do adolescente em sua busca a independência.

A terceira semelhança entre jovens adolescente e a criança de dois anos é o egocentrismo, movimento necessário na formação do self e da identidade social de um individuo. O egocentrismo apresentado nesse período do desenvolvimento apresenta-se de forma mais intensa no cotidiano de adolescente de 13 – 14 anos, cujo suas crenças estão voltadas aos seus pensamentos e sentimentos que ocorrem de forma singular e únicas, acompanhados de um sentimento de invulnerabilidade, que pode estar por trás da aparente atração do adolescente pelos comportamentos de risco, como dirigir em alta velocidade, bebidas, drogas, e assim por diante. Nesse período, o individuo por não possuir uma estrutura de personalidade e de identidade bem definida, a influencia de grupos sociais são mais presentes em suas atitudes.

A necessidade da separação com o vinculo familiar na formação da sua identidade adulta, pode levar o adolescente a imitar alguns comportamentos apresentados por adultos. Esse processo estabelece um sentimento de segurança na formação de uma estrutura do desenvolvimento de sua identidade, até o mesmo conseguir estabelecer uma estrutura adequada, na qual não necessite mais de modelos de personalidade.
Dos 15 aos 20 anos, o adolescente com sua estrutura de personalidade e de identidade social pré-definida, passará por um processo de acomodação das assimilações realizadas em períodos anteriores e de suas novas experiências, até a estruturação final de seu desenvolvimento social e psíquico.
Ricardo Marcom

segunda-feira, 24 de março de 2008

Motivação

O colunista Ricardo teve alguns contra tempos e não conseguiu me mandar o texto. Aproveitando a janela deixo um video do Daniel Godri, falando de motivação.



Na empresa, na vida e na sala de aula sempre existem os bolas cheias e os bolas muchas. E como o palestrante disse, é tudo uma questão de ponto de vista, procure os lados positivos em tudo que faz, mas não se acomode e busque sempre crescer. Falando em motivação deixo uma sugestão de leitura, "Desperte o Gigante interior" de Anthonny Robins, ele é o maior especialista em Neurolinguística pai da PNL, o livro pode soar como auto ajuda (o que não deixa de ser), no entanto vale bastante a pena para ter ideias de como atingir metas ou mesmo melhorar o padrão de vida.

Por enquanto é isso, bom vídeo e boa leitura.
Marco Aurelio Yamamoto Ito

quinta-feira, 13 de março de 2008

Além da cerca

O que vocês acham que as crianças estão vendo além da cerca?

Eu vou começar.
Do outro lado da cerca exibindo forma escultural, de uma beleza ímpar, o calor do sol da manhã fazia com que uma gota escorresse por sua silhueta. Os garotos babavam por aquela maravilha deitada sobre a mesa, nunca tinham visto nada igual. E pela primeira vez em suas vindas sentiram realmente desejo. Juquinha não conseguia subir na cerca, mas olhava pelas frestas e escutava os sussurros dos amigos, o que fazia tentar cada vez mais subir e então olhar aquela maravilha de bolo de noivado, todo branquinho, dois andares, cheio de confeitos e os noivinhos no topo!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sapateado

Apresento a todos Lord of the dance, depois disso vão ver o sapateado com outros olhos, o sapateado irlandês tem como característica trabalhar muito pouco o tronco e os braços. Existem alguns shows em DVD e eu recomendo muito, é interessante mostrar aos alunos que existem outros tipos de danças, ampliar o universo cultural.
Quem quiser saber mais do grupo clique aqui
Comprei um show deles por R$19,90. Pirataria é crime, se não for comprar alugue. E prometo criar um post sobre pirataria. Vai dar muito pano pra manga, que também quero buscar a origem dessa expressão, pano pra manga? De onde tiraram isso?
Fiquem com uma ideia do que é o grupo!

terça-feira, 11 de março de 2008

Sinto vergonha de mim

SINTO VERGONHA DE MIM

Cleide Canton

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!


***

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

(Rui Barbosa)



Belíssima declamação de Rolando Boldrin.
Povo Varonil - Povo forte, vigoroso. Isso é o que deveríamos sempre ser.
Acredito que esse vídeo completa o texto de ontem do colunista Ricardo. "...o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto" Não consigo aceitar isso, mas é o que acontece nos dias atuais, o povo sempre querendo levar vantagem em tudo, e enchendo a boca pra falar do abominável "jeitinho brasileiro".
Até a próxima, e comentários são mais que bem vindos, são eles o que dão verdadeiro sentido ao Blog.
Marco

segunda-feira, 10 de março de 2008

O mal estar da educação

Em ano eleitoral ocorre um fenômeno bastante interessante que é o surgimento de pessoas de “boa vontade”, preocupados com temas que tornam a nossa sociedade um verdadeiro caos, teorias e soluções para esses problemas são expostas pelos meios de comunicação e principalmente nas campanhas eleitorais. È absolutamente normal observar os nossos políticos empenhados na discussão de problemas como saúde, emprego, educação, entre outros em suas empreitada eleitoral. A educação é um dos temas favoritos para serem discutidos em ano de eleição. Como já é de conhecimento de toda a população, o Brasil tem um dos piores sistemas educacionais do mundo, segundo o ranking da Unesco para ciência educação cultura que avalia o desempenho educacional de 121 países com base no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE). Este índice é obtido pela soma de dados da alfabetização, matrícula na escola primária, qualidade na educação e paridade de gênero na escola. Estamos na 72ª posição. Bem atrás, por exemplo, do México, 48ª colocado, e da Argentina, que está no 50º lugar. Também estamos atrás da Indonésia, Venezuela e Panamá. Sabemos que a educação é o alicerce do desenvolvimento de qualquer sociedade, mas antes de falarmos em sistema educacional, temos que falar de educação, aquela educação que faz parte dos princípios básicos de convivência entre seres humanos com o seu meio, aquela educação que mantém o equilíbrio e a harmonia em uma sociedade, aquela educação que diferencia um país subdesenvolvido de um país desenvolvido, de um bom caráter de um mau caráter, aquela educação que aprendermos ainda no berço. Deveríamos ensinar antes de qualquer outra ciência, um conceito básico da filosofia na busca pelo conhecimento, o amor fraterno, amizade e o respeito pelo saber. Como eu posso aprender algo, se eu não respeito o que eu estou “aprendendo”, ou ao mesmo eu não me respeito e muito menos aos outros. É um tanto contraditório quando eu vejo um político falando de educação, se eles desconhecem o que é isso, fato esse comprovado nesses últimos anos de corrupção escancarada. É estranho ver uma emissora de televisão falar da importância da educação, se ela mesma menospreza os seus programas educativos e o pior, valoriza as banalidades, considerando heróis aqueles que participam de reality show. Devemos sim falar de educação, mas com muito respeito e lembrando aquele velho jargão popular que educação começa em casa.

Ricardo Marcom

sexta-feira, 7 de março de 2008

Plano infalível



Tomo as palavras do meu amigo Cebolinha emprestadas, e digo que tenho um plano infalível para "dar jeito" na educação brasileira.
Vamos lá, o projeto começa em 2008. Realização de concurso para professores de ensino fundamental. Os aprovados ingressam em um curso intensivo de 1 ano para aperfeiçoamento, reciclagem e capacitação para especificamente o primeiro ano do ensino fundamental.
2009 – realização do curso, ao final do curso os professores serão avaliados e apenas os melhores poderão assumir o cargo. Realização de outro concurso. Reforma e construção de novas salas de aulas que serão destinadas ao primeiro ano do ensino fundamental, as mobílias devem ser apropriadas ao tamanho das crianças.
1010 – os professores aprovados assumem todos os primeiro anos das redes municipais e estaduais. Sim, deve haver uma integração do ensino. Nenhum professor pode assumir o primeiro ano do ensino fundamental sem ter sido aprovado no curso. Realização do curso voltado para segundo ano do ensino fundamental para os aprovados no concurso de 2009. Reforma e construção de salas para o segundo ano. Concurso para professores do terceiro ano do ensino fundamental.
1011 – Apenas professores aprovados no curso poderão assumir as turmas do segundo ano. Curso voltado ao terceiro ano do ensino fundamental para os que passaram no concurso. Reformas das salas de aula. Outro concurso.

E o projeto continua ano por ano, e no final de 2021 estarão se formando as primeiras turmas dessa nova era da educação brasileira. Os professores que passam nesse curso deverão possuir salário de excelência, assim como a educação por eles proporcionada. Haverá avaliações semestrais do desempenho dos professores, várias avaliações ruins acarretam na substituição do profissional. A integração com a comunidade deverá ser maciça, o trabalho do professor deve continuar fora da escola.

Vejam bem isso aqui é um esboço rápido do esqueleto de uma idéia, ou melhor, de meu plano infalível. Sei que muitos devem estar se perguntando, mas isso vai gerar um custo astronômico. Sim, mas acredito que uma educação de qualidade não tem preço. É preciso vontade popular e política para isso dar certo, é preciso utilizar de forma sabida a progressão continuada (que em outro momento, gostaria de discutir aqui), é preciso boa vontade dos professores em querer mudar a qualidade de ensino brasileira, fazer com que os alunos busquem o interesse pelo aprendizado. A educação é o motor de qualquer nação, precisamos dela para crescer economicamente e SOCIALMENTE.

Futuramente postarei o plano completo em forma de projeto. Gostaria muito que todos opinassem e então discutirmos idéias para melhorar a educação no Brasil, e assim completar esse projeto e mandar para o ministério da educação para eles de repente tirar boas idéias e trabalhar.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Pedro

Como toda manhã desde os seus 5 anos de idade Pedro levantou da cama sozinho, se trocou rapidamente e saiu de casa com seu pai, que já o esperava à porta. Caminharam, ainda antes de o dia nascer, como sempre pela mesma estradinha de terra batida, que de vez em quando passava um carro que levantava a terra vermelha e fina, que deixava os cabelos de Pedro como se fosse o gel de cabelo dos meninos da cidade. Chegaram e seu pai foi logo trabalhar enquanto Pedro seguiu andando um minuto mais, deixou suas coisas sobre um tronco velho para não sujar.
Era o mais dedicado, sempre fazia tudo com o maior empenho, o que sempre lhe custava muitas gotas de suor, quando o mais velho falava era sempre o mais atento, não conversava durante suas atividades, pelo empenho e pela ajuda seu rosto sempre ficava sujo de pó. E era assim todo dia, não pensava em mais nada, mesmo sendo o mais esforçado de todos, não gostava. Mas sabia que não precisava gostar, pois era necessário e importante para a família. Tinha sonhos, como qualquer criança de 10 anos, mas que não cabem agora contar.
A precariedade era visível, não havia cadeiras, assim, sentava em troncos ou mesmo no chão. Não havia teto nem paredes, tudo era feito ao ar livre, e nos poucos dias do ano que choviam Pedro podia dormir até mais tarde. O bastão de riscar era preto e não branco como o dos meninos da cidade. Não tinha intervalo para o lanche, só para beber um pouco de água, uma água barrenta e até um pouco salgada que bebiam de um poço artesiano. Pedro era o filho mais novo, seus outros três irmãos não iam mais com ele, pois estavam muito doentes, e isso o deixava muito triste, não por que seus irmãos estavam mal, mas por que sabia que um dia também ficaria doente.
A estaca enfiada no chão não fazia sombra, isso queria dizer que o sol estava a pino, e era hora do almoço. Pedro pegou suas coisas no tronco e foi ao encontro do pai. Tirou um trapo de pano das coisas e limpou seu rosto sujo de pó de carvão, pegou a colher e comeu sua marmita como assim fazia desde os 5 anos de idade. E como sempre, lembrava de seus sonhos, conhecer a cidade, dormir até tarde, almoçar em uma mesa, e entre uma colherada e outra imaginava como seria estar em uma escola.
Marco Aurelio Yamamoto Ito (Março de 2008)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Kiriku e a Feiticeira

Esse filme é indispensável para educadores. Ao assistir preste atenção nas analogias, nas metáforas, presentes no filme todo.

Agora que assistiu a um pequeno trecho do filme procure em alguma locadora, ou melhor, compre o filme, pois estará investindo em sua formação.
Podemos fazer comentários sobre o filme. Inicialmente não vou comentar nada para não contaminar a visão e interpretação de cada um.