segunda-feira, 10 de março de 2008

O mal estar da educação

Em ano eleitoral ocorre um fenômeno bastante interessante que é o surgimento de pessoas de “boa vontade”, preocupados com temas que tornam a nossa sociedade um verdadeiro caos, teorias e soluções para esses problemas são expostas pelos meios de comunicação e principalmente nas campanhas eleitorais. È absolutamente normal observar os nossos políticos empenhados na discussão de problemas como saúde, emprego, educação, entre outros em suas empreitada eleitoral. A educação é um dos temas favoritos para serem discutidos em ano de eleição. Como já é de conhecimento de toda a população, o Brasil tem um dos piores sistemas educacionais do mundo, segundo o ranking da Unesco para ciência educação cultura que avalia o desempenho educacional de 121 países com base no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE). Este índice é obtido pela soma de dados da alfabetização, matrícula na escola primária, qualidade na educação e paridade de gênero na escola. Estamos na 72ª posição. Bem atrás, por exemplo, do México, 48ª colocado, e da Argentina, que está no 50º lugar. Também estamos atrás da Indonésia, Venezuela e Panamá. Sabemos que a educação é o alicerce do desenvolvimento de qualquer sociedade, mas antes de falarmos em sistema educacional, temos que falar de educação, aquela educação que faz parte dos princípios básicos de convivência entre seres humanos com o seu meio, aquela educação que mantém o equilíbrio e a harmonia em uma sociedade, aquela educação que diferencia um país subdesenvolvido de um país desenvolvido, de um bom caráter de um mau caráter, aquela educação que aprendermos ainda no berço. Deveríamos ensinar antes de qualquer outra ciência, um conceito básico da filosofia na busca pelo conhecimento, o amor fraterno, amizade e o respeito pelo saber. Como eu posso aprender algo, se eu não respeito o que eu estou “aprendendo”, ou ao mesmo eu não me respeito e muito menos aos outros. É um tanto contraditório quando eu vejo um político falando de educação, se eles desconhecem o que é isso, fato esse comprovado nesses últimos anos de corrupção escancarada. É estranho ver uma emissora de televisão falar da importância da educação, se ela mesma menospreza os seus programas educativos e o pior, valoriza as banalidades, considerando heróis aqueles que participam de reality show. Devemos sim falar de educação, mas com muito respeito e lembrando aquele velho jargão popular que educação começa em casa.

Ricardo Marcom

Um comentário:

Marco Aurelio disse...

Primeiramente gostaria de agradecer pela colaboração em meu Blog.
Quanto à crônica, eu estava pensando nisso outro dia ao voltar para casa. Toda vez que passo em frente a uma escola municipal no horário de saída, os alunos estão na rua berrando uns com os outros, usando de palavrões para se comunicar e chamar a atenção do amigo, até que ponto vamos chegar? As crianças não sabem mais se expressar sem usar palavrões, não tem idéia do que significa respeito. Sim concordo que a educação começa em casa, mas o que cobrar das crianças que os pais são menos instruidos que elas? Se não houver uma integração da escola com a comunidade, mas uma integração séria e participativa, dificilmente conseguiremos mudar alguma coisa no cenário desolador em que a sociedade brasileira se encontra.