terça-feira, 25 de março de 2008


ADOLESCÊNCIA


O início da adolescência é quase por definição, uma época de transição, de mudanças significativas em quase todos os aspectos de funcionamento do individuo, marcado pela ambivalência do ser adulto e o ser criança. O final da adolescência é mais um período de consolidação, quando o jovem estabelece uma identidade coesa, com objetivos e compromissos de seu papel.

Segundo Norma Haan, o inicio da adolescência é um período dominado pela assimilação, enquanto o seu final é principalmente um momento de acomodação. O adolescente de 12 ou 13 anos está assimilando uma enorme quantidade de experiências físicas, sociais e intelectuais novas. Enquanto esse processo ocorre, o individuo apresenta um estado de perpétuo desequilíbrio, onde os seus antigos padrões de relacionamento com o meio já não funcionam muito bem e os novos ainda não estão bem definidos. O grupo de companheiros é centralmente importante nesse estágio inicial, cujo sua função é de auxiliar e mediar a introdução do sujeito ao convívio social. Por fim, o adolescente de 16, 17 ou 18 anos começa a fazer as acomodações necessárias para o seu self, estruturando uma nova identidade e novos padrões de relacionamentos com o meio.

Helen Bee (1996), sugere que os primeiros anos de adolescência têm muito em comum com os primeiros anos da infância. O negativismo e o constante impulso para maior independência encontrado em crianças de dois anos, também podem ser observadas essas características em adolescente de 12 - 14 anos, logicamente em um nível de complexidade mais elevado. Muitos dos conflitos com os pais se centram nas questões de independência, passando por um período de negativismo em suas relações e contradições.
Enquanto esse impulso para independência está acontecendo, os adolescentes também estão enfrentando uma série de novas exigências, tais como, habilidades sociais, tarefas escolares mais complexas e a necessidade de construir uma identidade adulta. Essas cobranças, quando mal administradas, podem levar individuo a queda da auto-estima e a depressão, muito comum nesse estagio inicial da adolescência.

A segunda semelhança é o fato da criança de dois anos utiliza a mãe ou outra figura de apego central, como uma base segura para explorar o mundo quando se sente insegura diante de uma determinada situação. Os adolescente parecem fazer o mesmo com a família ou outra figura de confiança, em sua exploração do meio. Essa figura de confiança tende a conciliar a segurança em si projetada, geralmente proporcionada na forma de limites e regras, e ao mesmo tempo permitir a autonomia do adolescente em sua busca a independência.

A terceira semelhança entre jovens adolescente e a criança de dois anos é o egocentrismo, movimento necessário na formação do self e da identidade social de um individuo. O egocentrismo apresentado nesse período do desenvolvimento apresenta-se de forma mais intensa no cotidiano de adolescente de 13 – 14 anos, cujo suas crenças estão voltadas aos seus pensamentos e sentimentos que ocorrem de forma singular e únicas, acompanhados de um sentimento de invulnerabilidade, que pode estar por trás da aparente atração do adolescente pelos comportamentos de risco, como dirigir em alta velocidade, bebidas, drogas, e assim por diante. Nesse período, o individuo por não possuir uma estrutura de personalidade e de identidade bem definida, a influencia de grupos sociais são mais presentes em suas atitudes.

A necessidade da separação com o vinculo familiar na formação da sua identidade adulta, pode levar o adolescente a imitar alguns comportamentos apresentados por adultos. Esse processo estabelece um sentimento de segurança na formação de uma estrutura do desenvolvimento de sua identidade, até o mesmo conseguir estabelecer uma estrutura adequada, na qual não necessite mais de modelos de personalidade.
Dos 15 aos 20 anos, o adolescente com sua estrutura de personalidade e de identidade social pré-definida, passará por um processo de acomodação das assimilações realizadas em períodos anteriores e de suas novas experiências, até a estruturação final de seu desenvolvimento social e psíquico.
Ricardo Marcom

2 comentários:

Marco Aurelio disse...

Realmente é uma fase turbulenta, como pais e/ou educadores, devemos compreender esse momento da vida dos jovens, e saber que também passamos por essa fase de dúvidas, medos e novas sensações.
Ricardo, poderia explicar o termo self? Ou é apenas a mesma coisa na tradução, como: própria pessoa, seria o ego?
até mais

3ºB Mobiliza disse...

Oi Marco, sim e não, o self está relacionado a todos os recursos psiquicos de um individuo.